quarta-feira, 20 de maio de 2009

Vagos em acústico - Jorge Palma

E cá apareço eu, no rescaldo de mais um concerto. Não ao nível do último, pois este não teve um Mick Jagger da Quintâ, nem um Jack Johnson ou tão pouco o vocábulo Manhoso. Mas, cá nos contentámos com o Jorge Palma.

O concerto começou mal, aliás, tenho para mim que nenhum concerto deste senhor alguma vez começou bem. Sinceramente já nem me lembro qual a primeira música, mas foi algo do novo álbum.

Estava a reler o que tinha escrito e se calhar dizer que começou mal é favor e estou a ser amigo dele. Vamos pôr isto em números, ele recomeçou a música 3 vezes e mesmo assim não saiu bem. No fundo, parecia eu a tocar guitarra e acreditem que isto não é bom. Ambos sabemos as notas só não acertamos bem nas cordas, ele porque estava bêbado, eu porque não tenho jeito.

Depois de algumas risadas, uns comentários que muita gente deve ter feito para dentro, “És sempre a mesma merda, estás todo bêbado”, e algumas músicas em acústico que foram um autêntico massacre, entraram mais dois elementos em palco. O seu filho que o acompanhou na guitarra e no piano, menino bonito que dará um óptimo André Sárdet, e um acordeonista.

A entrada em palco destes senhores deu um novo ar ao espectáculo e a partir daqui foi sempre a subir. Conclusão, um concerto que parecia desiludir tudo e todos transformou-se num grande concerto.

Um dos meus receios à partida seria se apenas ia ouvir músicas do novo álbum. Isto não aconteceu, a set list era fantástica e durante duas horas sem intervalo e sem Encores (que isso de Encores é pra maricas que só querem protagonismo) pude cantarolar, baixinho, a Frágil, a Só, a Dá-me Lume, o Bairro do amor, a Deixa-me rir (ou então deixa-me entrar em ti), a Canção de Lisboa, o Jeremias o fora da lei, a Dormia tão sossegada e a Encosta-te a mim.

Enquanto se apostava, afincando o pé, de que ele acabaria o concerto com a Encosta-te a mim, ele tem a descaradeza, o desplante, a subtileza, a inteligência ou a magia de terminar o concerto com uma das melhores músicas que alguma vez foi escrita: A gente vai continuar. E sabem porquê? Porque a liberdade é uma Maluca.

Aprendi bastantes lições de vida neste dia tais como:

· Ele é mesmo bom no piano.

· Gosto mais do Jeremias do que do Chico Fininho.

· Mais vale um concerto de Jorge Palma bêbado do que um de André Sardet sóbrio e a fazer o pino.

Antes de terminar, queria só deixar aqui um desafio ao Jorge Palma: Eu sóbrio. Tu bêbado a acusar 2.3. Um despique na Dunas. Pode ser na minha guitarra. Quem perder paga uma taça no Ferradura.

Enquanto houver pernas para andar, ele vai continuar.

2 comentários:

Nando disse...

Mas que belo resumo, sim senhor! É bem, subscrevo!
O Palma conseguiu passar de pior concerto do mundo, a um momento bastante agradável. E sim, o filho é um artista do camandro! Eu na altura comparei-o ao Tony Carreira, mas André Sardet também me parece uma opção bastante viável, se não mais viável que Tony...

Ana Patrícia Marques disse...

Desculpa lá, mas esta "Dunas" é a que eu estou a pensar? É que se for, é só dizer a data...