Desta vez trago-vos um tema no qual eu já tinha reflectido várias vezes e até tecido alguns comentários, mas só após ler um artigo de um dos melhores comediantes português decidi falar sobre ele.
Mais uma vez e agora a letras graudas referencio; ESTE POST FOI BASEADO NUM ARTIGO DO NUNO MARKL. Não quero que depois digam, ah e tal tens a mania que sabes mas leste isso num sei onde, és mas é fino e pareces o num sei que.
Eu hoje vou vos falar desta nova geração, a geração Morangos com açúcar, consola portátil ou ate mesmo a geração que possui um telemóvel aos 10 anos de idade. Qualquer outro nome que tenham em mente para esta nova geração pode de igual modo ser usado, todos sabemos de quem estamos a falar. Quem sabe se um dia num será conhecida por geração Hi5.
Começamos pela educação cultural adquirida pela TV. Acho que é fácil desvendar o que se passa neste campo, o que é feito das séries educativas de grandes aventuras, onde havia sempre o mau, o bom e no fim um beijo. O que é feito desse tão grande mito que era o McGayver, quem nunca sonhou em ser o McGayver, com apenas um ZicKranivete (um dos modelos mais antigos) e um pazinho dos mais pequenos fazer uma bomba e destruir o inimigo e todos os seus planos maquiavélicos. E aquela música ainda mais conhecida? Quem num souber trautear a música do McGayver num merece o ar que respira. E agora? O que há agora? Uma série chamada ‘Uma aventura’ onde 5 miúdos tentam descobrir um ladrão de laranjas e até a policia os ajuda, ou os ‘Morangos com Açucar’, onde todas as amizades são perfeitas e o indivíduo que apenas fumar uma pequena porção de ganza é considerado um criminoso e acabou de estragar a vida.
Sou menino para ir mais longe e dizer mesmo, esta geração, é uma geração de fracos. Quem não se lembra de andar as corridas de bicicleta com um colega esquecendo-se de que do outro lado da curva podia vir carros, de jogar à bola contra o portão do vizinho que era idoso, de ir para casa pelas orelhas porque o comer já estava na mesa e nós continuávamos a jogar. Nos dias de hoje o que há? Há muitas consolas, com milhares de jogos onde cada um pode ser a personagem que quiser ou mesmo o melhor jogador do mundo, sem na realidade desenvolver aspectos pessoais nem sair do sofá, sem correr o verdadeiro perigo. Se por acaso algum dia o perigo os enfrentar como irão eles fazer, carregar no X continuamente, ou chamar a Lara Croft?
Outra coisa que me deixa intrigado, é a saúde. Quer dizer nós é que malhávamos 3 vezes por dia, chegávamos a casa todos esmurrados e espalhava-mos área nas feridas para estancar e esconde-las das nossas mães. E eles é que tem as doenças com nomes tão complexos como “Moleculum infanticus”. E quando caem na escola porque um miúdo mais desordeiro lhes pôs o pé à frente estão 2 dias no hospital e mais uma semana em casa a fazer tratamento. Nós caiamos das arvores como se fossemos uma laranja madura, andávamos descalços nas obras a procurar qualquer artefacto que servisse de brinquedo ou até mesmo de arma para nos defendermos de outros seres que pudessem vir do infinito em naves triangulares, e ainda cá andamos. É impensável hoje em dia, um miúdo ir a uma obra, alias é difícil eles encontrarem uma obra, visto que elas agora são cobertas a toda a volta por uma espécie de manta verde que deve ser para dar um ar rural à coisa.
Pais, educadores, professores, avos e até mesmo raptores de criancinhas, deixo-vos aqui um apelo, deixai as crianças serem livres e desenvolverem-se de uma forma saudável e com convívio. Lembrem-se do vosso tempo, a adrenalina que era carregar nas campainhas dos vizinhos mais casmurros e correr desalmadamente pela rua fora, rezando para que nenhum prego ou pedra nos fizesse mergulhar naquele alcatrão, e pior que isso levar um valente cachaço do vizinho.
Hoje em dia é lhes tudo oferecido em troca de bom desempenho escolar, de bom comportamento nos infantários e boa postura na missa. Fiquem sabendo que para eu ter a minha primeira consola que custou a módica quantia de 6 mil escudos, tive que juntar o dinheiro que me deram nos anos e no Natal. E sabem que jogos ela tinha? Tinha o jogo do tira ao prato, do tiro ao pato, do tiro aos alvos, um de futebol muito ranhoso onde os jogadores eram pequenos quadrados do tamanho da bola e os golos marcavam-se sempre da mesma maneira e outro em que o meu objectivo como guerreiro era salvar a princesa que não passava de mais um simples quadrado de pixeis.
Para finalizar, como diria o Markl e muito bem “ …pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela versão da bicicleta.”
Sem mais apelos de momento, cumprimentos Zickrianos.
POr um MundO MelhOr